Anais - Comunicação Assíncrona (15/06)


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A EDUCAÇÃO DE SURDOS NA MODALIDADE BILÍNGUE: DESAFIOS E PERSPECTIVAS

por Priscila Regina Gonçalves de Melo Giamlourenço - Wednesday, 16 Jun 2021, 15:27
 

A EDUCAÇÃO DE SURDOS NA MODALIDADE BILÍNGUE: DESAFIOS E PERSPECTIVAS

Priscila Regina Gonçalves de Melo Giamlourenço (UFSCar) 

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB, nº 9394/96, corresponde a legislação que rege a educação no Brasil, e a partir de sua última atualização, em 2021, garante a modalidade bilíngue de educação de surdos de modo independente da educação especial. O direito à educação nessa modalidade, que tem a língua brasileira de sinais, Libras, como primeira língua e a língua portuguesa escrita como segunda nos processos educacionais, vem sendo previsto a partir de outros instrumentos legais, como o Decreto nº 5.626 de 2005 e a Lei Brasileira de Inclusão, Lei nº 13.146 de 2015 (BRASIL, 2005; 2015). Tendo como objetivo refletir questões atinentes aos modos de condução da educação bilíngue, realizou-se uma revisão de literatura (HOHENDORFF, 2014) no Banco Digital de Teses e Dissertações, BDTD. A despeito da previsão legal vigente e anterior à inclusão de novos itens na LDB, visualizou-se que a carência na formação de profissionais acarreta prejuízos na implantação de projetos dessa natureza (CONSTÂNCIO, 2010; SILVA, 2015). Na perspectiva bilíngue, o corpo docente pressupõe contar com apoio de outros profissionais, como o intérprete de Libras, que tem responsabilidades no processo de inclusão e escolarização de surdos (SUZANA, 2014; MENEZES, 2014). A condução do processo de ensino-aprendizagem pressupõe ocorrer em parceria entre profissionais que participam das relações de ensino e dinâmica escolar, sendo, portanto, fundamental a formação continuada de todos os profissionais que nesse contexto se inserem (TUXI, 2009; MARTINS, 2013; MENEZES, 2014; SANTOS, 2014). Para a construção de um espaço de equidade em que se mobilizem práticas pensadas para alunos surdos, em suas diferentes condições, considerando-se especificidades inerentes à Libras e/ou outros recursos de comunicação, compreende-se que a formação da equipe educacional é um grande desafio para se favorecer a educação bilíngue. Tendo em vista o delineamento de práticas educativas na perspectiva de suas especificidades linguística, social e cultural, considera-se ainda o letramento desse público na língua portuguesa, além de características relativas aos diferentes níveis de ensino.

 

Palavras-chave: Educação bilíngue; Professor de surdos; Intérprete de Libras; Equipe educacional; Formação profissional.

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O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) -Código de Financiamento 001. Doutoranda em Educação Especial -Progama de Pós-Graduação em Educação Especial- PPGEES, UFSCar, São Carlos, SP, Brasil. E-mail: primelogi@gmail.com

Referências Bibliográficas

BRASIL. Lei 9.394 de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, DF: Presidência da República, 1996. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm . Acesso em 11 jun. 2021.

BRASIL. Decreto 5626 de 22 de dezembro de 2005. Regulamenta a Lei n. 10.436, de 24 de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – Libras e o art. 18 da Lei n. 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Brasília, DF: Presidência da República, 2005. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/decreto/d5626.htm. Acesso em: 11 jun.2021.

BRASIL. Lei 13. 146 de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Brasília, DF: Presidência da República, 2015. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm. Acesso em 11 jun. 2021.

CONSTÂNCIO, R. F. J. O intérprete de libras no ensino superior: sua atuação como mediador entre língua portuguesa e a língua de sinais. 2010. 106f. Dissertação (Mestrado em Educação). Programa de Pós-Graduação em Educação. Centro Universitário Moura Lacerda, Ribeirão Preto, 2010.

HOHENDORFF, J.V. (2014). Como escrever um artigo de revisão de literatura. In: KOLLER, S. H.; COUTO, M.C.P.de P.; HOHENDORFF, J.V. (Org.). Manual de Produção Científica. Porto Alegre: Penso. Pp. 39-54.

MARTINS, V. R. O. Posição-Mestre: desdobramentos foucaultianos sobre a relação de ensino do intérprete de língua de sinais educacional. 2013. 253 f. Tese (Doutorado em Educação).- Programa de Pós-Graduação em Educação. UNICAMP, Campinas, 2013.

MENEZES, A. M. C. Diálogos com tradutores-intérpretes de língua de sinais. 2014. 221 f. Tese (Doutorado em Educação Especial) – Programa de Pós-Graduação em Educação Especial. Centro de Educação e Ciências Humanas, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2014.

SANTOS, L. F. O fazer do intérprete educacional: práticas, estratégias e criações. 2014. 203 f. Tese (Doutorado em Educação Especial ) - Centro de Educação e Ciências Humanas, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2014.

SILVA, A. R. O desafio do bilinguismo para alunos surdos no contexto da inclusão: o caso de uma escola municipal do Rio de Janeiro. 2015. 164 f. Dissertação (Mestrado em Programa de Pós-graduação em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2015.

SUZANA, E. R. B. O tradutor/intérprete de libras em contextos de inclusão escolar: perspectivas em uma rede municipal do rio grande do sul. 2014. 98f. Dissertação (Pós-Graduação em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2014.

TUXI, P. A atuação do intérprete educacional no ensino fundamental. 2009. 112 f. Dissertação (Mestrado em Educação) - Faculdade de Educação, Universidade de Brasília, Brasília, 2009.


 

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A PESQUISA CIENTÍFICA NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE SURDOS: O TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO (TCC) EM FOCO

por ROBERTA CANTARELA - Tuesday, 15 Jun 2021, 09:33
 

A PESQUISA CIENTÍFICA NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE SURDOS: O TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO (TCC) EM FOCO

Roberta Cantarela (UnB)

Este trabalho tem como objetivo analisar a importância da pesquisa científica na formação de professores de Surdos. Para isso, a análise será focada na Disciplina Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). A metodologia utilizada será pesquisa-ação (CHIZZOTTI, 2006) e o espaço de análise será no curso de Licenciatura em Língua de Sinais Brasileira – Português Escrito como Segunda Língua (LSB - PSL) da Universidade de Brasília (UnB). É fundamental ressaltar que o Curso LSB - PSL foi iniciado no ano de 2015, a partir de Políticas Públicas do Programa “Viver Sem Limites” (BRASIL, 2011; BRASIL, 2013). E conforme Faulstich (2018), o planejamento da criação do curso foi feito a partir de uma consulta do Ministério da Educação (MEC) às universidades sobre a oferta, por meio do Ofício Circular nº 05/2012 – GAB/SESu/MEC, de 14 de junho de 2012. A Licenciatura LSB - PSL se estabeleceu na comunidade acadêmica de Brasília como uma porta que permitiu o ingresso de mais pessoas surdas, ensurdecidas e surdocegas no Ensino Superior. Em relação à disciplina de TCC na UnB, o seu objetivo central é ampliar a capacidade de utilização dos conceitos e teorias apreciados no curso. Para embasar este trabalho, trazemos a comunidade Surda acadêmica para debater o espaço da pesquisa científica sobre a Educação de Surdos, como Quadros & Perlin (2007), Perlin & Strobel (2014) e Strobel (2007) e em relação à pesquisa científica é baseada em Barbosa (2007) e Silva (2001). Neste contexto de discussão, a Disciplina TCC tem se constituído como papel relevante na formação de um professor de Surdos ávido por conhecimento, pois poderá ser um dos meios do estudante de graduação se tornar um pesquisador e continuar a trilhar a sua vida acadêmica para passos futuros, como o mestrado.

 

Palavras-chave: Educação de Surdos. Graduação em Língua de Sinais. Português Segunda Língua (PSL). Trabalho de Conclusão de Curso.


Referências Bibliográficas

 

BARBOSA, Susana Mesquita. A formação do pesquisador na graduação: análise das principais obras de metodologia do trabalho científico. 2007. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação, Campinas, SP. Disponível em: <http://www.repositorio.unicamp.br/handle/REPOSIP/252486>. Acesso em: 6 jun. 21

BRASIL. Decreto n.º 5.626, de 22 de dezembro de 2005. Regulamenta a Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – Libras, e o art. 18 da Lei nº 10.098 de 19 de dezembro de 2000. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF. 2005.

BRASIL. Lei n.º 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – Libras e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF. 2002.

BRASIL. Viver sem Limite - Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Brasília: Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, 2013. Disponível em: <https://www.mdh.gov.br/biblioteca/pessoa-com-deficiencia/cartilha-viver-sem-limite-plano-nacional-dos-direitos-da-pessoa-com-deficiencia/view>. Acesso em: 10 de abril de 2021.

BRASIL. Decreto nº 7.612, de 17 de novembro de 2011. Institui o Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Plano Viver sem Limite. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Decreto/D7612.htm>. Acesso em: 6 jun. 2021.

CHIZZOTTI, Antonio. Pesquisa qualitativa em ciências humanas e sociais. Petrópolis, Ed. Vozes, 2006.

FAULSTICH, Enilde. Terminologia: a disciplina da nova era na formação profissional de língua de sinais. In. Revista Espaço. INES. Rio de Janeiro, n.º 49, jan-jun de 2018.

PERLIN, Gladis & STROBEL, Karin. História cultural dos surdos: desafio contemporâneo. Educ. rev. [online]. 2014, n.spe-2, pp.17-31. ISSN 0104-4060.

STROBEL, Karin Lilian. História dos Surdos: representações ‘mascaradas’ das identidades surdas, QUADROS, Ronice Muller e PERLIN, Gladis (orgs.). Estudos Surdos II. Petrópolis-RJ: Editora Arara Azul, 2007.

UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA. Projeto Político Pedagógico de Curso Licenciatura em Língua De Sinais Brasileira – Português como Segunda Língua (LSB – PSL). Brasília, 2018.

SILVA, Franklin Leopoldo. e. Reflexões sobre o conceito e a função da universidade pública. In. Estudos Avançados, 15(42), 2001, p. 295-304. Recuperado de https://www.revistas.usp.br/eav/article/view/9807 Acesso em 6 jun. 2021.


 

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ATENÇÃO CONJUNTA: CONTRIBUIÇÕES PARA A ESTIMULAÇÃO PRECOCE DA LINGUAGEM DE CRIANÇAS SURDAS

por CLAUDIANE SILVA SOARES - Sunday, 13 Jun 2021, 22:23
 

ATENÇÃO CONJUNTA: CONTRIBUIÇÕES PARA A ESTIMULAÇÃO PRECOCE DA LINGUAGEM DE CRIANÇAS SURDAS

 Claudiane Silva Soares (UFBA)

A atuação de professores surdos na estimulação precoce da linguagem para crianças surdas é de grande importância, considerando que a maioria delas nasce em lares ouvintes (QUADROS, 1997), necessitando, assim, de uma intervenção que favoreça o seu desenvolvimento linguístico através de uma língua vísuo-espacial. Dessa forma, o trabalho desses profissionais tem uma grande responsabilidade não só no desenvolvimento linguístico, como também, identitário e cultural dessas crianças que não possuem referências familiares que propiciem tal desenvolvimento. Partindo do pressuposto de que essa atividade deve ser desenvolvida, preferencialmente, por um professor surdo, por conta do papel desse modelo adulto, o presente artigo tem como objetivo evidenciar a importância das pesquisas em Aquisição da Linguagem para a formação continuada de professores surdos que trabalham com intervenção precoce da língua de sinais para crianças surdas. A argumentação se baseia nas contribuições que os estudos sobre atenção conjunta têm gerado para compreender o processo de aquisição da linguagem de crianças surdas. Pesquisa bibliográfica foi a metodologia usada para o desenvolvimento deste trabalho. A partir da contribuição de diferentes estudos, foi identificado que a atividade de atenção conjunta entre bebês e suas mães ou cuidadores é elemento característico do input linguístico identificado em contextos naturais de interação entre esses sujeitos e contribui para a aquisição lexical inicial (BARRET, 1997), para a inserção do infante no gênero diálogo e no funcionamento subjetivo sustentado pela língua em uso (CAVALCANTE, 2009), além de ser importante para que ele possa se apropriar de estratégias necessárias na interação a partir de uma língua vísuo-espacial (LIBERMAN et al, 2015). A pesquisa está embasada também em  Sass-Lehrer (2018) e Crace (2021) que esclarecem sobre o papel do especialista surdo na intervenção precoce. Conclui-se que os estudos sobre atenção conjunta têm contribuído para a compreensão do processo de aquisição da linguagem da criança surda, mas que é necessário compartilhar tais conhecimentos com aqueles que trabalham diretamente com essas crianças. Assim, defende-se a formação continuada de professores surdos atuantes nessa área, a fim de que os conhecimentos científicos sobre as características do input linguístico no contexto familiar surdo, a exemplo da atividade de atenção conjunta, possa ser aproveitado no contexto institucional, já que que esta atividade contribui para o desenvolvimento linguístico e que o especialista surdo desempenha um papel de referência linguística, que é semelhante  àquele desenvolvido pela mãe ou cuidador mais próximo da criança surda com pais surdos, como também é responsável fornecer conhecimento e esclarecimentos para os familiares ouvintes com filhos surdos.

Palavras-chave: Aquisição da linguagem da criança surda; atenção conjunta; estimulação precoce da linguagem; formação continuada.

Referências bibliográficas:

BARRETT, M. Desenvolvimento Lexical Inicial. In: FLETCHER, P.; MACWHINNEY, B. Compêndio da Linguagem da Criança. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.A

CAVALCANTE M. C. B. (2009a). A matriz gesto-fala em aquisição da linguagem: observando o diálogo em manhês. In: vi congresso internacional da ABRALIN, 2009, João Pessoa. Anais da ABRALIN 40 anos. João Pessoa: Idéia, v. 1. p. 2425-2434. Disponível em: http://www.leffa.pro.br/tela4/Textos/Textos/Anais/ABRALIN_2009/PDF/Marianne%20 C.%20B.%20Cavalcante%20-%20ok.pdf UFPB. Acesso em: 15 abril 2021.

CRACE, J.; REMS-SMARIO, J.; NATHANSON, G. Deaf Professionals & Community Involvement with Early Education. In: NCHAM E-book: A resource guide for early hearing detection & intervention. 2021. Disponível em: http://www.infanthearing.org/ehdi-ebook/ Acesso em: Jun 2021.

LIEBERMAN, A. M.; HATRAK, M.; MAYBERRY, R. I. Learning to Look for Language: Development of Joint Attention in Young Deaf Children . In: Language learning and development: the official journal of the Society for Language Development. 2015. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3865891/#!po=82.5301 Acesso em: 10 Maio 2021.

QUADROS, R. M. de. Educação de Surdos: aquisição da linguagem. Porto Alegre: Artmed, 1997.

SASS- LEHRER, Early Intervention for Children Birth to 3: Families, Communities, & Communication. In: NCHAM E-book: A  resource guide for early hearing detection & intervention. 2018. Disponível em: http://www.infanthearing.org/ehdi-ebook/ Acesso em: Abr 2021.

 

F

Imagem de TALES DOUGLAS NOGUEIRA

FORMAÇÃO DE PROFESSORES SURDOS PARA O ENSINO DE LIBRAS E DE CONTEÚDOS DA BNCC POR MEIO DE TECNOLOGIAS DIGITAIS

por TALES DOUGLAS NOGUEIRA - Sunday, 13 Jun 2021, 22:31
 

FORMAÇÃO DE PROFESSORES SURDOS PARA O ENSINO DE LIBRAS E DE CONTEÚDOS DA BNCC POR MEIO DE TECNOLOGIAS DIGITAIS

Tales Douglas Moreira Nogueira (Mestrando em Educação/UFMG) 

Neste estudo, volta-se para as abordagens propostas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), particularmente considerando a Libras e os processos de Formação de professores surdos por meio do uso de Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs). Nem todos os professores têm facilidade na utilização das TICs, seja no ensino virtual ou em sala de aula, para mediar as interações de ensino com os seus alunos (GOULART, 2017). Considerando isso, e também a demanda de vídeos e imagens para os registros da Libras, que é uma língua de modalidade gestual-visual (QUARDO, 2008). O objetivo deste trabalho foi discutir o processo de apropriação das TICs por professores surdos para o ensino de Libras e de conteúdos previstos na BNCC. A BNCC fundamenta a concepção, formulação, implementação, avaliação, revisão dos currículos e das propostas pedagógicas das instituições escolares, e a política para formação inicial e continuada de professores. Tratar-se da língua de alunos surdos como primeira língua, e as competências gerais representando um conjunto de conhecimentos, habilidades, valores e atitudes que desenvolvem os estudantes em todas as suas dimensões como intelectual, física, social, emocional e cultural, pois para os alunos ser capazes de exercer plenamente todas as elas, não bastam práticas em sala de aula. Sendo assim, elas demandam a incorporação de mudanças nos inúmeros âmbitos da escola. Entretanto, uma dessas competências gerais da BNCC, como, por exemplo, a quinta competência compreende “Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva e marcar o protagonismo e autoria nos processo de ensino.” (BRASIL, 2017). Com o intuito de contribuir um pouco para esse campo, este estudo, que está em andamento, terá a pesquisa qualitativa e coleta de dados a partir da análise documental e entrevistas que pretendemos realizar com os 5 professores surdos na Escola Estadual de Educação Especial Francisco Sales – Instituto de deficiência da fala e audição/Belo Horizonte – MG. O resultado indicará resposta à questão sobre desafios, avanços e possibilidades dos professores na utilização das TICs na sala de aula com seus alunos surdos. Por fim, será possível contribuir para se pensar estratégias para os professores construírem em seu cotidiano práticas pedagógicas voltadas para os surdos e com o uso dessas ferramentas.

Palavras-chave: Base Nacional Comum Curricular (BNCC); Formação de professores; Libras; Tecnologias de Informática e Comunicação (TICs).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017.

GOULART, Cecília. Letramento e novas tecnologias: questões para a prática pedagógica. In.: Letramento Digital: aspectos sociais e possibilidades pedagógicas. COSCARELLI, Carla; RIBEIRO, Ana Elisa (Orgs.). 3 ed. Ceale, Belo Horizonte, Autêntica Editora, 2017, p. 41-58.

QUADRO, Ronice Müller de. Educação de surdos: a aquisição da linguagem. Porto Alegre, Artmed, 2008, p.122.


 

N

Imagem de Jadhy Bastos Russi de Pinna Vasconcelos

NARRATIVAS DE PROFESSORAS DE SURDOS EM TEMPOS DE COVID-19

por Jadhy Bastos Russi de Pinna Vasconcelos - Sunday, 13 Jun 2021, 20:36
 

I ENCONTRO NACIONAL SOBRE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE SURDOS

COMUNICAÇÃO ASSÍNCRONA


NARRATIVAS DE PROFESSORAS DE SURDOS EM TEMPOS DE COVID-19

Jadhy Bastos Russi de Pinna Vasconcelos (UFLA)

Erica Alves Barbosa (UFLA)

Giovanna Rodrigues Cabral (UFLA)

Introdução: Durante o período de isolamento, devido à Covid-19, uma temática bastante discutida foi os desafios que os professores enfrentaram para dar continuidade ao ensino. Com o objetivo de contribuir para tais discussões, especificamente em relação à educação de surdos, foram produzidos dados a partir de entrevistas feitas com três professoras de surdos que atuaram na Educação Básica e no Atendimento Educacional Especializado, durante a pandemia, e puderam compartilhar suas experiências e vivências. As narrativas nos propiciaram conhecer, na perspectiva das professoras/narradoras, que é essencial pensar em alternativas diferentes do ensino presencial para que a educação se efetive. Objetivos: A pesquisa visa investigar as estratégias utilizadas no ensino para os alunos surdos, durante a pandemia, na perspectiva de três professoras que atuam na área, além de compreender os desafios enfrentados por elas. Metodologia: Esta investigação se constitui em uma pesquisa qualitativa e de cunho biográfico-narrativo, pois suas fontes são produzidas a partir de narrativas de três professoras de surdos. Resultados ou Discussões: No decorrer da análise dos dados produzidos durante as entrevistas foi observado que os desafios aumentaram em relação à educação de surdos ao longo da pandemia da Covid-19. A duas professoras que trabalham com a bidocência em uma escola comum e que possuem apenas uma aluna surda na turma perceberam a necessidade do trabalho individualizado com essa aluna, uma vez que, com a impossibilidade de frequentar a escola de maneira presencial, a aluna não participava das atividades sugeridas pelas professoras via Whatsapp.Já a professora que trabalha com o Atendimento Educacional Especializado (AEE) identificou um lado positivo em seu trabalho com os alunos surdos das escolas comuns durante a pandemia. O contato com os profissionais das escolas aumentou e eles puderam trabalhar de fato em conjunto fazendo as adaptações necessárias para os alunos surdos. Para que os alunos não perdessem o contato com a Língua de Sinais no período de isolamento, os professores do AEE começaram a produzir vídeos de acordo com o planejamento de cada escola e de cada aluno surdo, criando um canal no youtube para divulgação em todas as escolas que tivessem estudantes surdos. Conclusões: A pesquisa mostrou que não há a melhor forma de dar continuidade ao ensino, durante a pandemia, mas os educadores devem buscar a forma mais adequada para que o aluno se desenvolva sempre respeitando suas necessidades educacionais. As professoras, mesmo diante do desafio do ensino remoto, buscaram ações pensando nas especificidades dos estudantes surdos. Entretanto é fundamental que os profissionais sejam fluentes em Libras e estejam qualificados para que possam atender as particularidades que a educação de surdos necessita.

Palavras-chave: Narrativas; Professores de Surdos; Pandemia da Covid-19; Formação de professores.

Referências:

BRASIL, Ministério da Educação/Gabinete do Ministro. Portaria Nº 343, de 17 de março de 2020. Diário Oficial da União. Publicado em: 18/03/2020. Edição: 53 Seção: 1 Página: 39.

DELORY-MOMBBERGER, Christine. Abordagens metodológicas na pesquisa biográfica. Universidade de Paris 13. Tradução de Anne-Marie Milon Oliveira, Revisão técnica de Fernando Scheibe. Revista Brasileira de Educação, v. 17, n. 5, set-dez. 2012.

PAGAIME, A. et al. Pesquisa: Inclusão Escolar em tempos de pandemia. Fundação Carlos Chagas, 2020. Disponível em: <https://www.fcc.org.br/inclusao-escolar-em-tempos-de-pandemia/> Acesso em: 6 de dezembro de 2020.

 

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Imagem de DAMARES ARAÚJO TELES

OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES NA INCLUSÃO DO ALUNO SURDO NA ESCOLA

por DAMARES ARAÚJO TELES - Sunday, 13 Jun 2021, 20:56
 

OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES NA INCLUSÃO DO ALUNO SURDO NA ESCOLA

Damares Araújo Teles (UFPI)

Atualmente espera-se que a escola seja inclusiva, entretanto, não adianta inserir os alunos no ambiente escolar junto com outros discentes que não possuem deficiências e não garantir de fato, um ensino de qualidade, que os faça aprender efetivamente. Muitos professores ficam receosos ao receberem em sala de aula alunos com deficiências, isso ocorre porque muitas vezes não se sentem capazes de possibilitar uma aprendizagem significativa. Diante disso surgiu o seguinte questionamento: Quais os desafios docentes na inclusão do aluno surdo? Por isso, o objetivo geral desta pesquisa foi analisar a inserção do aluno surdo na escola, destacando os desafios para se chegar à inclusão. A pesquisa foi realizada em duas escolas públicas na cidade de Parnaíba-PI. E os objetivos específicos foram: destacar a importância da inclusão nas escolas; discutir as dificuldades encontradas nesse processo e compreender como os professores e intérpretes consideram a inclusão. No referencial teórico a pesquisa foi fundamentada em alguns autores como Quadros (1997), Skliar (1998), Gesser (2009), Tardif (2009), entre outros. Optou-se pela abordagem qualitativa, com base nos estudos de André e Lüdke (1986), Bogdan e Biklen (1994). Os resultam evidenciam que ainda não houve inclusão, mas apenas uma integração do aluno surdo na escola, pois se realmente ele estivesse incluído, todos aqueles que fazem parte do ambiente educacional deveriam dominar a Libras. Para termos uma escola que seja considerada inclusiva, é necessário que as práticas sejam adaptadas, o currículo, a metodologia de ensino, a avaliação, dentre outros aspectos, que realmente implementam a inclusão.

Palavras-chave: Inclusão. Formação Inicial. Escola. Libras.

Referências 

ANDRÉ, M. E. D. A.; LÜDKE, M. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986.

BOGDAN, R; BIKLEN, S. Investigação qualitativa em educação: uma introdução à teoria e aos métodos. Coimbra, Portugal: Porto Editora, 1994.

GESSER, Audrei. Libras? Que língua é essa? Crenças preconceitos em torno da Língua de Sinais e da realidade surda. São Paulo: Parábola Editorial, 2009.

QUADROS, Ronice Müler de. Educação de surdos: a aquisição da linguagem. Porto Alegre: Artmed, 1997.

SKLIAR, C. “Os estudos surdos em educação: problematizando a normalidade” In: ________. (org.) A surdez: um olhar sobre as diferenças. Porto Alegre: Editora Mediação, 1998.

TARDIF, Maurice. O ofício de professor: histórias, perspectivas e desafios internacionais. Petrópolis: Editora Vozes, 2009.

 

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Imagem de Gabriel Oliveira da Silva

PEDAGOGO BILÍNGUE, PARA QUÊ?

por Gabriel Oliveira da Silva - Sunday, 13 Jun 2021, 20:56
 

PEDAGOGO BILÍNGUE, PARA QUÊ?

Gabriel Oliveira da Silva (IFES-Nova Venécia)

Este trabalho ocupa-se em dialogar com a legislação brasileira e as produções acadêmicas a fim de discutir a formação do pedagogo bilíngue (Libras/Português) para atuar na educação bilíngue de pessoas surdas. Assim, ancoro-me na hipótese de que as Diretrizes Nacionais Curriculares para o Curso de Pedagogia – DCN (BRASIL, 2006),  têm dado ênfase na formação do pedagogo enquanto docente (LIBÂNEO, 2010; SAVIANI, 2012; ARANTES e GEBRAN, 2014). Posto isso, o caminho mais satisfatório para coletar os dados e adensar o estudo, se dá por meio da pesquisa documental, que consiste na análise de legislações e documentos da área da educação e do curso de pedagogia. Para levantamento e análise de informações que nos ajudem a pensar a formação e a identidade do pedagogo bilíngue, será utilizada a abordagem de revisão bibliográfica, através da metodologia estado da arte, que dar-se-á no levantamento de produções acadêmicas presentes na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações no período de 2002 a 2017. Dessa forma, pensar a formação do pedagogo bilíngue, pautando-se na discussão sobre as DCN e a identidade do pedagogo, configura-se como um caminho satisfatório para pensar num profissional que detém conhecimentos específicos para atuar na educação bilíngue de pessoas surdas, é fluente em Libras e português, e interage com a comunidade surda (CAMPELLO E REZENDE, 2014; LIMA, 2015)..

Palavras-Chave: Pedagogia, Pedagogo Bilíngue, Educação Bilíngue, Libras.

Referências Bibliográficas:

ARANTES, A. P.P,; GEBRAN, R. A. O Curso de Pedagogia e o Processo de Formação do Pedagogo no Brasil: percurso histórico e marcos legais. HOLOS, Ano 30, v. 6, p. 280 – 295, 2014. Disponível em: http://www2.ifrn.edu.br/ojs/index.php/HOLOS/article/view/1643. Acesso em 30 mai  2021.

BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Conselho Pleno. Resolução nº. 01 de 15 de maio de 2006. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Pedagogia, Licenciatura.15 mai. 2006. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/rcp01_06.pdf>. Acesso em: Acesso em 30 mai  2021.

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