Acervo de produções associadas à tese Professores Surdos na Casa dos Surdos
Quando pesquisamos precisamos exercitar o foco no objeto de pesquisa, no meu caso, os professores surdos do INES. Porém, vários temas importantes surgem quando entramos em contato com fontes bibliográficas e documentais que tem algum relação com o tema.
Os artigos e demais produções neste glossário são fruto da pesquisa de tese e representam uma maneira de avançar na reflexão, terminada a tarefa do doutoramento.
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Método fônico e medicalização: pela heterogeneidade dos surdos e da educaçãoRESUMO Neste artigo objetivamos discutir o caráter medicalizante da proposta de alfabetização para pessoas surdas, especialmente quando baseada em perspectivas fônicas, presentes na Política Nacional de Alfabetização (PNA). A análise que fizemos do documento nos possibilitou observar a recomendação velada de um método para ensinar crianças a ler e escrever, inclusive as surdas. A defesa da PNA de que a abordagem metodológica pautada na instrução fônica e na consciência fonológica é superior a qualquer outra e deve ser tomada como princípio na fase inicial da alfabetização é medicalizante porque reduz a complexidade do processo de alfabetização e desconsidera a heterogeneidade que marca as diferentes formas de aprender tanto da criança ouvinte quanto da criança surda. Afirmamos ainda que qualquer proposta política com base democrática precisa considerar a pluralidade de estudos científicos realizados sobre alfabetização até o momento, e ainda, levar em conta a diversidade cultural, social, econômica e política que determina os diferentes atores envolvidos na alfabetização (professores, alunos e escolas). Por fim, destacamos que uma política que se propõe inclusiva precisa reconhecer os diferentes modos de ser e aprender das crianças surdas, suas possibilidades linguísticas e sua diversidade cultural. Palavras-chave: Política Nacional de Alfabetização. Medicalização. Surdez. Método fônico. | |
Mimografia ou dos Rastros da Língua de Sinais como patrimônio culturalRevista The Especialist, 2019 Mimografia ou dos Rastros da Língua de Sinais como patrimônio cultural Resumo: No âmbito da luta pelos direitos à educação igual para todos, encontra-se a luta por uma educação bilíngue para surdos. Neste texto, apresentamos uma problematização e uma demanda. Argumentamos que a aceitação da cultura, da identidade e da visão de mundo das pessoas surdas envolve não esquecer as obras e o patrimônio na secular luta pelos seus direitos. Por esse motivo, a proposta deste artigo visa divulgar entre os pesquisadores da língua de sinais os esforços empenhados por Ferdinand Berthier e por Roch-Ambroise Auguste Bébian, em especial a sua obra Mimographie ou Essai d’écriture mimique, propre a régulariser le langue des sourds-muets3, de 1825. Acreditamos que, além de se destacar a obra de William C. Stokoe, incorporar a obra e a ação de professores e militantes surdos franceses na luta pelo reconhecimento da língua de sinais é, simultaneamente, um resgate e uma importante estratégia. Palavras-chave: Língua de sinais, Roch-Ambroise Auguste Bébian, Mimographie, Escrita de sinais, Rememoração | |