REFLEXÕES SOBRE ACESSIBILIDADE LINGUÍSTICA EM CONTEXTO
PÂNDEMICO NA EDUCAÇÃO DE SURDOS NA CIDADE DE SALVADOR
Marina
Sampaio Barretto (UFBA) - autora
Nanci Araujo Bento
(UFBA) - orientadora
Nossa pesquisa traz um recorte de TCC em Pedagogia “Estudo Surdos em
educação: uma defesa do modelo bilíngue de educação e reflexões sobre a
acessibilidade linguística em contexto pandêmico”. A Língua Brasileira de
Sinais é reconhecida no Brasil como meio de comunicação e expressão pela Lei
10.436/2002, regulamentada pelo Decreto 5.626/2005.Tais conquistas se deram por
lutas da comunidade surda, assim como estudos nas áreas de educação e
linguística, que comprovam a legitimidade da Libras enquanto língua natural dos
surdos e surdas brasileiros. Atualmente, o ensino bilíngue (Libras;LP) está em
voga no Brasil. Este novo cenário tem gerado inúmeros benefícios para a
comunidade surda brasileira, abrangendo aspectos sociais e culturais desse
grupo. Apesar dos documentos legais ampararem e respaldarem a existência das
escolas bilíngues (Libras;LP), e essas terem sido a preferência por parte da
comunidade surda, ainda são poucas escolas bilíngues no Brasil. Tendo esses
aspectos em vista, objetivamos entender como o modelo de educação bilíngue para
surdos pode transformar a escolarização e fomentar a inclusão social de
educandos surdos. Além disso,buscamos analisar como tem se dado a
acessibilidade linguística dos educandos surdos da cidade de Salvador nas
atividades remotas no período da pandemia do Covid-19, em escolas bilíngues e
escolas municipais inclusivas. Utilizamos a pesquisa exploratória de cunho
bibliográfico e estudo epistemológico, trazendo como instrumento de pesquisa um
questionário investigativo. Foi realizada uma análise qualitativa dos dados
obtidos, tendo como principais referenciais teóricos Skliar (2016), Goldfeld
(2001), Perlin (2016) e Gesser (2009). Apesar das melhorias, ainda precisam
ocorrer mudanças estruturais e de paradigmas para que se exista uma sociedade e
uma educação inclusivas. O ensino de Libras desde a educação básica é não
apenas desejado, mas necessário, visto que se trata de um passo importante em
direção a uma educação inclusiva que possibilite direitos básicos de educação
para todos e acessibilidade linguística para
pessoas surdas, nos diversos âmbitos sociais. No que tange a realidade de ensino
remoto gerada pela pandemia do Covid-19, pode-se concluir que, até o momento, tem se acentuado a exclusão sofrida por
educandos surdos de Salvador-Bahia, carecendo de políticas públicas que
invistam em uma maior inclusão e acessibilidade para o sujeito surdo, não só no
âmbito educacional, como a nível societário.
Palavras chaves: Libras. Educação de surdos. Bilinguismo. Ensino remoto.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição Federal. Lei Federal nº 10.436,
de 24 de abril de 2002. Disponível em: Acesso em 02 de Junho de 2019.
BRASIL. Constituição Federal. Decreto Nº 5.626, de
22 de dezembro de 2005. Disponível em: Acesso em 02 de Junho de 2019
GESSER, Audrei. Libras? Que Língua é essa?: Crenças e
preconceitos em torno da língua de sinais e da realidade surda. 1ª Ed.
Parábola Editorial, São Paulo, 2009.
GOLDFELD, Márcia. A criança surda. São Paulo:
Plexus, 2001
PERLIN, Gladis T. T. Identidades Surdas, In: SKLIAR,
Carlos (org.). A surdez: um olhar sobre as diferenças. 8. ed. Porto Alegre:
Mediação, 2016. cap. 3, p. 51-73
SKLIAR, Carlos. Os Estudos Surdos em Educação:
problematizando a normalidade. In: SKLIAR, Carlos (org.). A surdez: um
olhar sobre as diferenças. 8. ed. Porto Alegre: Mediação, 2016. cap. 1, p.
7-32.