O PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DO GÊNERO
REDAÇÃO PARA SURDOS
Aislane Cristina Oliveira Galvão (UNIFAP)
Maria do Socorro Machado Costa (UNIFAP)
Vanessa Almeida de Oliveira (UNIFAP)
O presente trabalho tem o objetivo de descrever o processo de estágio
supervisionado em Português como L2-, na Universidade Federal do Amapá- UNIFAP,
tendo como público 7 alunos surdos, jovens na faixa etária de 18 a 25 anos, a
maioria dos participantes são estudantes do curso Letras-Libras, outros apenas
acompanham as atividades desenvolvidas na instituição. No que tange, o processo
de educação de alunos surdos, vale destacar que, apesar de assegurado o direito
a uma educação que atenda a suas demandas linguísticas, nem todos os alunos
surdos têm acesso à educação bilíngue. Isso, porque a educação de surdos é
marcada por diversas ações muitas vezes ineficientes para atender a suas
especificidades, pois é comum que, ao final da escolarização básica, esses
alunos não sejam capazes de ler e de escrever satisfatoriamente, ou de ter um
domínio adequado dos conteúdos acadêmicos (LACERDA, 1998). Assim, trabalhamos o
gênero redação, especificamente a competência 2- Tema e introdução, com o
propósito de ensinar aos participantes como desenvolver a parte introdutória,
respeitando os critérios de avaliação acerca do tema proposto em um texto
dissertativo-argumentativo para um texto dissertativo em prosa, expondo suas
diferentes características e estruturas, utilizamos como exemplo o tema:
“violência contra mulher”, apresentamos um texto motivador com imagem, que é um
elemento fundamental para situar o aluno a refletir sobre o tema da proposta. Deste
modo, aplicamos duas atividades, primeiro pedimos para cada aluno escolher dois
papéis, e neles continham palavras da qual eles deveriam associar ao tema, em
seguida para redigir uma introdução simples no papel A4, utilizando o mesmo
tema e as palavras como base para elaborar sua introdução. Ao término das
produções, trocaram os textos entre si, afim de socializar a respeito da
temática. Percebeu-se similarmente, que na maioria das vezes, sabem o sinal em
Libras, mas não sabem a palavra e seu significado na Língua Portuguesa. Diante
disso, foi de suma importância explanar este conteúdo, com a aula ministrada em
Libras, foi possível ter avanços em relação ao processo de ensino-aprendizagem
dos alunos surdos e produções sobre a temática trabalhada, conseguiram obter
conhecimento e sanar dúvidas principalmente na aquisição de leitura e de
escrita que desconheciam da Língua Portuguesa. Em suma, está experiência foi
muito relevante, proporcionando um crescimento pessoal e profissional, conhecer
o processo de ensino de alunos surdos dentro de uma sala de aula é essencial
para um bom desempenho de um futuro educador, bem como para a construção de
conhecimento de alunos surdos. Além disso, promoveu novos aprendizados e uma
satisfação imensa em ver o avanço significativo no processo de cognição em
Língua Portuguesa como L2 que os alunos em que trabalhamos obtiveram.
Palavras-chave: educação de surdos, português escrito, Libras.
Referências
LACERDA, Cristina
Broglia Feitosa de. Um pouco da história das diferentes abordagens na educação
dos surdos. Campinas: UNICAMP; Campinas: Papirus, v.46, p. 68-80, 1998.